sábado, 19 de dezembro de 2009

Lua

Sinto-me longe. Sinto-me tão perto do Infinito. Sinto tanto que deixo de sentir a dor assoladora, vil e pérfida devassa, que me arruina a alma débil e decrépita escondida algures no canto de um sonho breve que passa por mim em êxtase efémero e brunal, um demente devaneio que se afigura no tumulto oco da minha mente. Suspiro e lembro o esquecimento da noite voluptuosa e ilusória, do rubor falso da prata que derrama tão nobre astro, tão cruel ser.

                                                                                             Filipe Pimentel

Crystal Godess

My eyes go behond my dreams
When I lay my sight on you,
So peaceful, so beautiful,
And the gods bow when you pass,
Your dress fluttering
On the scented breeze
From a thousand springs.
A pair of stars, blue as the sea,
Lightning the lonely day,
The stark existence of my soul.
The divine glow of your skin
Sets on fire my shattered heart
And your voice, pure,
A choir from the angels of Heaven,
Blows away all the sorrow,
The dreadful scream
That kept my world silent,
Hidering me from hearing
The soft murmur of love.
                   
                                                                                                Nicholas J. Shatters
                                                                                               ( aka Filipe Pimentel)

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Ciclo de Chamas

Quero amar! Quero amar só por amar. Quero sentir aquela chama que nos queima a alma e nos enlouquece o coração. Quero sim! Amar, amar, amar! Voar por céus de fogo e mergulhar em lagos incandescentes, e depois ver-te nos astros que se incendeiam. Beijar os teus lábios num reboliço infernal, primitivo e apaixonado. E sentir o teu corpo no meu. Sentir o odor quente que emana de ti como uma aura impetuosa que me transforma em cinzas! Mas eu volto a nascer com o teu suave toque fogoso de deusa ingénua. E ouço os teus suspiros lascivos, as tuas palavras devassas que bailam nos meus ouvidos e me acariciam a pele húmida. O teu olhar de harpia meiga consome-me lentamente, numa tortura gentil em que me vicias. Ardo, desapareço em pó, mas quero amar! Amar, amar, amar-te a ti até mais forças não ter e cair a teus pés, oferecendo-te o meu último sopro. Mas então, voltarei a nascer! E a querer amar, amar, amar...

                                                                                                                        Filipe Pimentel

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Sou nada!
Sou aquilo que sou
E deixo de ser coisa alguma.


Sonho com o Infinito
Mas apenas o Indefinido se me afigura
Em frente dos olhos cansados e secos
Que teimam em se fechar
Num sono sem alvorada.

A noite cai...
Baixo os braços e esmoreço
Num suspiro que me afoga
A alma lacerada, e o coração,
Oh, pobre guerreiro sem espada,
Bate como quem sofre,
Morre como quem vive.
                    
                                                                           Filipe Pimentel