quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Raio de uma Voz

 Brota o sonho no ventre húmido da vontade selvática, que estilhaça e oblitera, que destrói e enforma. Ilusão angélica de liberdade sem grilho, grito da fera que se não doma nem enjaula por ser corpo do desenfreio e da voz guerreira que por não ser não morre nem emudece. Nasce a luminescência incandescente, que luminosamente incandesce na mente titã do poeta trovador, profeta do espírito voraz, de presas e líricas garras armado, com votos ocos prometidos em grinalda que atirada flutua no sangue da mente comatosa que se esvai, lenta, preguiçosamente rumo à nulidade alienante. Voa no ar inquieto da descrença o torcionário silêncio que mais acusa que entorpece, é a penitência diferida da carne necrosada da alma piamente cortada, da sodomia persignada.

sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Cresce na sombra do desmazelo do espírito, o sonho da vida acordada que se dilui no sangue que escorre pelos lábios descarnados do conhecimento impuro e violado pelo vazio da Razão ignorada. Apenas pela mente insana o impossível toma corpo e passa a ser. Apenas pela imaginação desenfreada o terreno torna-se divino e a celestial ilusão da inferioridade humana é mutilada e queimada nas chamas da própria inverdade.