Os teus olhos são as nascentes
As mágoas que inquietam
E esquartejam a tua alma,
Tremente e sem fôlego,
Um sussurro no vento
Frio que me acaricia a pele,
Cicatrizada e húmida
Da ausência dos teus beijos
Que fizeram de novo o meu sangue
Correr no meu peito empedrenido.
Os teus sôfregos lábios,
O mar onde morrem
Os meus sonhos em agoniaContra os penhascos de um amor,
Inútil e condenado aos grilhos
Do negrume pérfido
Que não dorme nem vacila,
Que me entorpece e petrifica,
Um vórtice de ilusão quimérica,
A lágrima que de mim escapa
Numa lembrança que magoa.
Filipe Pimentel