terça-feira, 25 de janeiro de 2011

(Sem Título)

 O negrume lento e melancólico arrasta-se por um céu que teima em se apagar, em deixar partir a luz suave de safira que me lança em torno dos pulsos os grilhos incandescentes que me queimam a pele e me carbonizam os ossos. Os seres perdem os contornos e os corpos já não têm sombras, são as sombras que têm os corpos, é a materialização do incorpóreo, é o crepúsculo das almas puras e sofredoras, é o renascer flamejante das almas apaixonadas, pecadoras.
                                                            
                                            Filipe Pimentel

1 comentário:

  1. Não sei bem que dizer.
    Continuas com o teu estilo muito próprio.
    Intenso acima de tudo.
    Apaixonado? Sem dúvida, nem que seja pela escuridão, pelo pecado. Pelas coisas más, que nos tornam humanos.

    Fico feliz quando vejo que deste finalmente asas ao teu talento quando seguiste o meu conselho de criares um blog.

    Agora, fica a sugestão. Desenvolve os textos. Não te fiques por um mero acariciar da pele, o mero toque. Dá-nos algo com que sonhar, preliminares, para depois então se quiseres que não sonhemos mais e desçamos à terra com o prazer imenso da tua lirica, mostras-nos aquilo que verdadeiramente sentes.

    Ainda um outro desafio (um que me colocaram a mim também) escreve uma história, um conto. Conta-nos uma viagem que tenhas feito dentro de todas as tuas vidas, personagens misticas, mundo negro e apaixonante, que é só teu.

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